quinta-feira, 27 de abril de 2023

O Matias foi embora



 O Matias esgotou as suas sete vidas e deixou de ronronar no dia 25.

 Fica a dor por não ter conseguido dar-lhe mais sete vidas mas a doença foi mais forte.

Obrigado Matias pelos teus ronrons.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Matias, o Zorba

Ontem como de costume fui dar um passeio pelo bairro depois de jantar. A Mila, o Óscar e o Matias ficaram por casa cada um deles já arrumado no seu canto preferido. Vivo num quinto andar mas como os terraços são generosos em espaço sempre lhes dei a liberdade de terem as portadas abertas, excepto durante a noite. Saí tranquilo convicto que estaria tudo bem quando regressasse. Quando regressei notei que havia alguma agitação junto à entrada do prédio e custou muito aceitar  que era o Matias que se encontrava estatelado no chão com fracturas múltiplas .
Quis imitar o Zorbas de Luis Sepúlveda não para ensinar alguma gaivota a voar mas experimentar ele mesmo.
Felizmente sobreviveu, mas está agora no hospital CASVET da Parede a recuperar das cirurgias a que foi sujeito para depois duma  recuperação que se adivinha longa poder voltar às suas brincadeiras com os outros tarecos.
Talvez a sua ousada traquinice o ensine agora que  os gatos não voam.


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nada acontece por acaso

Faz tempo que andava a amadurecer a ideia sugerida pelo Bruno de procurar uma companhia para o Matias. Já tinha falado com a Cristiana que me disse que tinha lá a Chica, muito jovem ainda e que talvez fosse uma boa companhia para o Matias. Por precaução, e antes de avançar para uma adopção marcou-se uma data (22 Set) em que ela viria a uma clinica aqui perto com a Chica para fazer a esterelização. Seria uma maneira de testar o grau de receptividade do Matias a ter uma companhia felina a partilhar o mesmo espaço. Se resultasse a Chica teria um lar garantido.

Quis o “acaso” que na véspera desse dia (21Set) quando me preparava para ir tomar um café, ouvi dos lados da rua, um miar aflito de gato ainda muito jovem. Desci à rua e procurei donde viria aquele miado tão alfito, depois de mais alguns miados interrompidos por alguns silêncios de medo, lá consegui detectar donde vinha esse pedido de auxilio. Dentro duma carinha de caixa aberta estacionada à frente dum prédio em construção aqui na rua. Depois de muuito custo lá se consegui decobrir em que parte do carro estaria o bichano. Em cima do motor. Depois de algumas peripécias lá se desobriu maneira de a resgatar.
Eu procurava uma gatinha para fazer companhia ao Matias mas naquele momento já nem pensei em mais nada. Não importava que fosse macho ou fêmea. Aquela miniatura que conseguiu chamar a minha atenção com aquele miar fino e estridente de aflição seria a companhia do Matias. Estava decidido, corri para casa com aquela miniatura nas mãos para pedir aconselhamento à Cristiana sobre os cuidados imediatos que deveria tomar, pois devia estar cheia de fome e desidratada. Segundo o dono da carrinha o gato terá aproveitado uma paragem que ele tinha feito naquela manhã no percurso de Santo Tirso-Trofa para trepar para dentro da carrinha.

Chegado à Clinica da Dra Flávia, logo se deu tratamento para a libertar da carrada de pulgas, e foi feito um primeiro exame de diagnóstico, estava tudo bem, era uma gatinha com perto de 1 mês. Depois de comer uma farta refeição de recovery, lá vieram os seus ronrons sem fim como que a agradecer os afagos e conforto recebidos.

No primeiro contacto com o Matias deu-se  inicio aos habituais rituais de identificação na linguagem felina de cheiros, toque e expressões faciais e corporais. Depois disso, um soprar que eu entendi como recusa na aceitação. Temos problema pensei eu. Depois de me aconselhar de novo com a Cristiana fiquei mais tranquilo. É normal não haver aceitação imediata, é preciso paciência e seguir determinadas regras. Manter a gatinha num sitio seguro, isolado, para o Matias perceber que há mais alguém em casa, familiarizar-se com os cheiros, e depois com o tempo a aceitação seria de forma gradual.

Hoje passados 10 dias, o Matias não se cansa dos abraços e amassos. Ela bem tenta libertar-se quando os abraços são mais sufocantes, mas eu nem interfiro, pois quando ela consegue escapar para debaixo de algum móvel onde o Matias já não cabe, logo retorna para ser abraçada de novo pelo Matias.. O jogo do foge, esconde e volta deve ser algum código que eu não descodifico ainda. Eles lá se vão entendendo bem.


                                                                

Tudo acontece na hora certa.
Tudo acontece, exactamente como deve acontecer.
Albert Einstein

A.Amorim

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Saudade não tem tempo

Olá gatão Tobias.


Faz hoje dois anos que foste para o teu passeio eterno onde fazes parte dessa miríade de estrelas que brilham no universo dos homens. Lá onde não sentirás a falta da pescadinha da manhã, nem daquelas mantas de lã onde gostavas de te aconchegar nas noite frias de inverno. Eu acho que tu irias gostar de partilhar as coisas que eram tuas com o Matias que reconhece que um irmão "mais velho"  já habitou nestes sofás e na cama que tu partilhavas comigo.
Eu vou apresentá-lo para ti. Ele já está crescidinho e já iniciou as suas caçadas e já teve o seu primeiro êxito aqui na varanda onde tu tambem caçaste um passarinho que teve o azar de passar ao teu alcançe despertando em ti os teus instintos de caçador. Tal como tu ele já foi tentado nos seus instintos e veio presentear-me com a sua primeira caçada.

Vou presenteá-lo com as tuas mantas de lã e os teus brinquedos. Sei que vais gostar.
rom rom rom rom rom rom ...Tobias















                            Matias no seu melhor...dormir



as sestas do Tobias nas suas mantas de lã (oferta da TAP)  :)

sábado, 21 de agosto de 2010

Serenatas ao Luar

Os dias ainda vão longos nesta altura do ano mas mal o sol se põe logo o Matias corre  para a ponta da varanda fazer  serenatas para a gataria do lado. Não sei que baladas ele canta mas do outro lado sempre há resposta. Também não sei que poemas eles cantam uns aos outros mas longos, sei que são.
Dizem-me que uma companheira para o Matias seria uma boa solução para ele ter com quem brincar e não se sentir só quando me ausento. Não sei se ele gostará de partilhar o espaço e os afectos com uma companheira. Ele foi castrado mas ao que parece mantem os seus instintos de macho. Esta coisa de os humanos castrarem os seus animais de estimação é susceptível de discussão. Dizem que castrando-os estamos a protegê-los bloqueando os seus instintos de acasalamento impedindo-os de se reproduzirem pois a sua população já é demasiado elevada. Castrados ou esterelizados ficam mais calmos e os machos deixam de ter necessidade de fazer a sua demarcação territorial. Mas ao fazê-lo, estamos tambem a privá-los de serem completamente livres. Eu já pensei muito nisso e o que eu gostaria mesmo era que os gatos pudessem ser impedidos de fecundar, sem ter que os sujeitar à anulação dos seus instintos de acasalamento. Mas não é possível. Dizem os veterinários entendidos que a castração ou a esterelização são a melhor opção.
Vou miar com o Matias e tentar perceber a opinião dele.
Um miau para o Tobias.

A.Amorim

"Um cão, eu sempre disse, é prosa;
Um gato é um poema.
Jean Burden

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Foi há um ano

Faz hoje um ano que o Tobias passou a Rainbow Bridge para o seu passeio eterno. O tempo, qual grande escultor das metamorfoses da alma, foi suavizando com sabedoria as arestas da dor que nos dificulta enxergar que a vida, afinal, continua.

Quis o destino que na data em que o Tobias partiu, a Cristiana, dona de um coração sem tamanho onde cabem cães e gatos que de mimos ou atenção careçam, como se avisada por Bastet, tivesse tropeçado num gatinho abandonado algures numa rua de Guimarães.

Dúvidas e hesitações retardaram a adopção do Matias. Em Fevereiro fui conhecer o bichano Matias a Guimarães. Esperto, logo se apercebeu  que ambos precisávamos de adoçar os dias e depressa se apressou na tarefa da sedução pedindo mimos e carinhos Não sei quem ficou cativo, mas ambos fenificiamos hoje dos mimos e dos silêncios comunicantes.

A Cristiana já me tinha “alertado” para o facto de eu ainda não ter escrito nada sobre o Matias. Eu tambem já me tinha perguntado porquê. Não sei bem, mas no fundo acho que a razão é simples. Às vezes ainda chamo Tobias ao Matias. Hoje, há que dizer ao Tobias que o Matias nunca o substituirá, mas porque são diferentes cada um deles ocupa um lugar especial na minha vida.
Obrigado Cristiana por ter recolhido o Matias e por ter permitido que ele me tivesse encontrado.
 
 
 
 
 
 

sábado, 20 de dezembro de 2008

Se souberem ser dignos de um gato, ele tornar-se-á vosso amigo, mas nunca vosso escravo.

(Théophile Gautier)